Turistas amigos que nos visitais
Vinde, vinde ver o que de tão lindo temos
Contemplai as belezas do Alfusqueiro
E a Trofa com o Panteão dos Lemos
Vinde ver maravilhas da Alta Vila
Onde há jardins e majestosa verdura
Vinde ver o tão lindo Souto do Rio
Onde a água é cristalina e há frescura
Venham amigos ver o Senhor dos Passos
Venham ver a Senhora da Soledade
Reparai como é tão linda a nossa igreja
Vinde ver, vinde e partis com saudade
Venham ver o nosso rancho, o Cancioneiro
A dançar com alegria e tanta graça
Venham ver como dançavam os seus avós
Com o mesmo génio, com a mesma raça
Agora subi ao adro e reparai
Nas escadas da Via Sacra, os painéis
É obra genial do pintor João Breda
A pintar Águeda com os seus pincéis
Venham ver a festa do Senhor dos Passos
Venham, vejam como linda ela é
Vinde, apreciai no acto do encontro
Homens de bem a cantar o Miserére
Vede do adro o que há em seu redor
Numa encantadora visão que não falha
De um lado a linda Quinta do Atalho
E do outro o palácio da Borralha
Mais um pouco p’ra Nascente reparai
Majestoso panorama nos enleia
Em Assequins lá no alto a Catraia
E na Bicha Moura a Vila Paulicea
P’ra Poente os campos frescos e viçosos
Onde há pampilhos, milho e azevém
O rio correndo, procurando o Vouga
Banhando o campo e Recardães também
Há também no adro uma biblioteca
Casa onde Manuel Alegre estudou
Foi essa saudosa escola primária
Que quando criança ele frequentou
Ainda a brasonado Casa do Adro
Destinada agora à cultura local
Alberga o Conservatório de Música
E é um património municipal
Ali junto está o Orfeão de Águeda
Com vozes cristalinas de encantar
São retalhos do coração de um povo
Habituado a cantar e rezar
Folclore, arte musical, lindas canções
Tudo isto nos encanta, nos detém
Quando ouvimos a nossa Orquestra Típica
Que é a alma do povo a cantar também
Quarteto de Concertinas de Águeda
É sem dúvida uma revelação
Tem músicas inéditas, fino gosto
É um verdadeiro prodígio em acção
Vinde comigo numa viagem linda
Serpenteando o rio até Bolfiar
Vinde ver o Alfusqueiro e Agadão
Juntarem-se para o Águeda reforçar
Um pouco mais abaixo a nora girando
Com seu chiar dolente que enternece
Onde chega o cheirinho da chanfana
Dos fornos fumegantes do Sobe e desce
Passando pela ponte ali mais acima
Vale a pena ir ver e apreciar
A bonita capela do São Geraldo
Onde o Povo seu devoto vem orar
E agora em direcção ao Caramulo
Ziguezagueando o monte, os eucaliptais
Reparai nas lindas vertentes do rio
Onde a beleza aí é mesmo demais
Vinde, tomai rumo agora à Piedade
E saboreai aí o bom leitão
Desfrutai da foz do rio Cértima
Onde há patos, achigãs e há pimpão
Passai por Perrães e ide até Fermentelos
Contemplai na pateira a sua beleza
Olhai os seus hotéis, olhai bem, olhai
Onde há pureza de ar e há natureza
Com os dons que a natureza lhe quis dar
Ela é sonho, é encanto, é magia
Do nascente tem o ar puro da serra
E a poente o cheiro a maresia
Há requinte, bem servir, delicadeza
Há pratos saborosos e bom leitão
Há pastéis de Águeda a servir de sobremesa
E os vinhos da Bairrada sempre à mão
Passando a Mourisca um pouco mais abaixo
O cabeço do Vouga cheio de glória
É o resto de uma cidade importante
Onde o Império Romano fez história
Também tem fama a ponte do Alfusqueiro
Que fez o diabo em troca de uma vida
Segundo a crença de um povo humilde e são
Numa lenda que nunca foi esquecida
Vale a pena ir também a Recardães
Para ver a sua igreja que é tão bela
Que tem tão rara torre triangular
E onde em tempos se baptizou Portela
Quero ainda referir nosso museu
Com o seu tão rico espólio legado
Pelo fundador Dionísio Pinheiro
À cultura de Águeda tanto dedicado
É assim a nossa terra tão bonita
Tudo isto e muito mais temos para dar
Voltai e contai sempre com nossos braços
P’ra de novo sempre vos abraçar
Braz dos Kiwis
© Braz dos Kiwis 1996 - 1998
sábado, 6 de novembro de 2010
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Fernando Braz da Costa
Fernando Braz da Costa (Águeda, 1 de Fevereiro de 1932) é um poeta popular com grande parte da sua obra dedicada a cantar a sua terra. Entre as suas obras figuram Águeda que eu vivi, Os Lemos da Trofa e Poemas da Minha Lavra. Tem várias peças da sua obra publicados em jornais da sua região. Em algumas obras utiliza o pseudónimo Braz dos Kiwis.
Existiam alguns sites com os seus poemas. Neste blog apenas se recuperaram alguns.
O blog não tem qualquer ligação com o autor.
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