Portela foi genial Poeta de Águeda
Que tanto honrou e nome lhe veio dar
Amou-a como ninguém, e mesmo longe
Teve sempre tempo p’ra dela falar
Sua Terra cantou com o coração
E um dia "Águeda a linda" lhe chamou
Falou dela , foi grande historiador
E com inspiração sempre a retratou
Pertencia à família ilustre dos Pintos
E na rua d’além da Ponte nasceu
Baptizou-se na igreja de São Miguel
Em Recardães ,Conselho a que pertenceu
João Baptista de Figueiredo Breda
Foi o Presbítero que o baptizou
Numa cerimonia bastante apressada
Que a falta de saúde originou
Foi Maria Margarida Oliveira
E seu irmão, seus padrinhos afinal
O Padre Francisco da Costa Portela
Mestre no Porto, do Liceu Nacional
Impôs-se na poesia com talento
Com palavras pelo coração ditadas
Escreveu "Pela Africa" , "Sol Posto"
"Toadas da Nossa Terra" e "Orvalhadas"
Na prosa sua caneta foi pincel
Com que a sua Terra foi retratada
Falou-nos de Águeda, da sua gente
Dos costumes e do Rio que cantava
Escreveu "Boémia Lírica" e "Águeda"
"Contos e Baladas" , "Jornal do coração"
E "Por Bem de Águeda", "País do Luar"
Algumas obras escritas no Fundão
Deixou peças de Teatro importantes
Como "Manga do Frade","A Festa do Pão"
O "Tambor da Folia" e "Flor do Linho"
E ainda a peça "A Noiva do João"
Era um Homem de letras e da música
Facetas que sua linda História narra
Foi Coreografo e ensaiador de Ranchos
E um afamado mestre na guitarra
Ele compôs diversos números orfeónicos
Como a "Jangada" e " Salva Rainha"
Também a linda música do "Lindó"
E a canção "Cantigas à Rapalhinha"
Musicou "Dueto do Amor" e "Fandango"
"Burros", "Balada do Galo", "Rantamplão"
"Barcarola", "Palhinhas e Travadinhas"
Tudo escrito com arte e inspiração
Ainda musicou "Luar da Meia Noite"
"Chácara da Joaninha Lavadeira"
"O Dueto dos Goivos" e "Canta a Mó"
Algumas compostas na Cova da Beira
"O Coro do Rapto" , "Manga do Frade"
"Goival da Cruz", são frutos do seu talento
Como aquela música imortal
Da canção "Senhora do Livramento"
Ao acabar o seu quinto ano jurídico
Uma grande récita se preparou
Sendo alvo de aplausos ruidosos
Essa peça que Ele próprio musicou
Em mil oitocentos e noventa e um
Aproveitando estas músicas belas
Foram adaptadas na sua integra
Na Opereta "As Freiras de Odivelas"
Em mil oitocentos e noventa e três
Toda Águeda estava em grande vibração
Ao ver representada no Pessegueiro
A linda comédia "A Noiva do João"
Mais tarde no Teatro do Orfeão
A nossa terra voltava à euforia
Em mil novecentos e quarenta e cinco
À reposição da peça se assistia
O grande espólio literário dos Pintos
Que a importante família nos legou
Entrou na Biblioteca Municipal
No dia em que esta se inaugurou
Neste acto orou Ângelo de Almeida Ribeiro
Enaltecendo o poeta, a sua raça
Orou Conde de Águeda e António Breda
E Serafim Gabriel Soares da Graça
Falou de Portela o conterrâneo Toy
E o grande escritor Ernesto Ruela
Por ter sido um aguedense apaixonado
Por gostar da nossa terra e falar dela
Até o Conselheiro Afonso de Melo
Em reparos importantes , sempre franco
Exalta Portela na "Festa do Pão"
Apresentada em Castelo Branco
Por iniciativa de António Breda
E Joaquim de Melo Pinto Leitão
A Fotografia a óleo de Portela
Ficava exposta no Nobre Salão
Foi este o melhor gesto de gratidão
Deste Povo grato, que o não esquece
Esperando um dia fazer justiça
E Lhe prestar a homenagem que merece
Águeda 1996
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