quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Adolfo Portela

Portela foi genial Poeta de Águeda

Que tanto honrou e nome lhe veio dar

Amou-a como ninguém, e mesmo longe

Teve sempre tempo p’ra dela falar



Sua Terra cantou com o coração

E um dia "Águeda a linda" lhe chamou

Falou dela , foi grande historiador

E com inspiração sempre a retratou



Pertencia à família ilustre dos Pintos

E na rua d’além da Ponte nasceu

Baptizou-se na igreja de São Miguel

Em Recardães ,Conselho a que pertenceu



João Baptista de Figueiredo Breda

Foi o Presbítero que o baptizou

Numa cerimonia bastante apressada

Que a falta de saúde originou



Foi Maria Margarida Oliveira

E seu irmão, seus padrinhos afinal

O Padre Francisco da Costa Portela

Mestre no Porto, do Liceu Nacional



Impôs-se na poesia com talento

Com palavras pelo coração ditadas

Escreveu "Pela Africa" , "Sol Posto"

"Toadas da Nossa Terra" e "Orvalhadas"



Na prosa sua caneta foi pincel

Com que a sua Terra foi retratada

Falou-nos de Águeda, da sua gente

Dos costumes e do Rio que cantava



Escreveu "Boémia Lírica" e "Águeda"

"Contos e Baladas" , "Jornal do coração"

E "Por Bem de Águeda", "País do Luar"

Algumas obras escritas no Fundão



Deixou peças de Teatro importantes

Como "Manga do Frade","A Festa do Pão"

O "Tambor da Folia" e "Flor do Linho"

E ainda a peça "A Noiva do João"



Era um Homem de letras e da música

Facetas que sua linda História narra

Foi Coreografo e ensaiador de Ranchos

E um afamado mestre na guitarra



Ele compôs diversos números orfeónicos

Como a "Jangada" e " Salva Rainha"

Também a linda música do "Lindó"

E a canção "Cantigas à Rapalhinha"



Musicou "Dueto do Amor" e "Fandango"

"Burros", "Balada do Galo", "Rantamplão"

"Barcarola", "Palhinhas e Travadinhas"

Tudo escrito com arte e inspiração



Ainda musicou "Luar da Meia Noite"

"Chácara da Joaninha Lavadeira"

"O Dueto dos Goivos" e "Canta a Mó"

Algumas compostas na Cova da Beira



"O Coro do Rapto" , "Manga do Frade"

"Goival da Cruz", são frutos do seu talento

Como aquela música imortal

Da canção "Senhora do Livramento"



Ao acabar o seu quinto ano jurídico

Uma grande récita se preparou

Sendo alvo de aplausos ruidosos

Essa peça que Ele próprio musicou



Em mil oitocentos e noventa e um

Aproveitando estas músicas belas

Foram adaptadas na sua integra

Na Opereta "As Freiras de Odivelas"



Em mil oitocentos e noventa e três

Toda Águeda estava em grande vibração

Ao ver representada no Pessegueiro

A linda comédia "A Noiva do João"



Mais tarde no Teatro do Orfeão

A nossa terra voltava à euforia

Em mil novecentos e quarenta e cinco

À reposição da peça se assistia



O grande espólio literário dos Pintos

Que a importante família nos legou

Entrou na Biblioteca Municipal

No dia em que esta se inaugurou



Neste acto orou Ângelo de Almeida Ribeiro

Enaltecendo o poeta, a sua raça

Orou Conde de Águeda e António Breda

E Serafim Gabriel Soares da Graça



Falou de Portela o conterrâneo Toy

E o grande escritor Ernesto Ruela

Por ter sido um aguedense apaixonado

Por gostar da nossa terra e falar dela



Até o Conselheiro Afonso de Melo

Em reparos importantes , sempre franco

Exalta Portela na "Festa do Pão"

Apresentada em Castelo Branco



Por iniciativa de António Breda

E Joaquim de Melo Pinto Leitão

A Fotografia a óleo de Portela

Ficava exposta no Nobre Salão



Foi este o melhor gesto de gratidão

Deste Povo grato, que o não esquece

Esperando um dia fazer justiça

E Lhe prestar a homenagem que merece



Águeda 1996


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